A SEDE DA ALMA

O Salmo 42:1-2 declara: “Assim como a corça suspira pelas águas correntes, assim por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” 

Essas palavras revelam um coração profundamente necessitado de Deus, tal como um animal exausto busca desesperadamente a água para sobreviver. O salmista não deseja apenas alívio, mas a presença real do “Deus vivo”. Isso mostra que a verdadeira espiritualidade nasce da sede por comunhão, não apenas da busca por benefícios.

Assim como um corpo saudável sente fome, uma alma viva em Cristo anseia pela presença de Deus. Quando essa sede desaparece, é um alerta de que o coração pode estar sendo preenchido por outras fontes ilusórias que não saciam.

Esse desejo aponta para Jesus Cristo, a fonte de água viva. Ele mesmo declarou em João 7:37: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”. Nele, a alma encontra não apenas refrigério momentâneo, mas a satisfação eterna. O encontro com Cristo não é uma experiência ocasional, mas uma vida de dependência constante daquele que sacia nossa sede espiritual.

Você também é chamado a examinar o que tem realmente saciado sua alma. Talvez você busque preencher o vazio em prazeres passageiros, sucesso ou reconhecimento humano. Mas nenhum deles oferece descanso verdadeiro. Apenas Jesus pode saciar sua sede e dar a você vida abundante. A sede do salmista não é apenas ilustração; é um clamor que todos devem fazer: “Senhor, só em Ti encontro vida!”

Que sua alma corra para as águas vivas de Cristo, encontrando n’Ele a plenitude da presença de Deus.

PEREGRINOS

1 Pedro 2:11 declara: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma.” 

Pedro nos lembra que a identidade do cristão não está enraizada neste mundo. A palavra “peregrino” é formada por: per (“através de”) e ager (“terra, campo”), significando “aquele que atravessa terras estrangeiras”. Ou seja, somos viajantes em um lugar que não é nossa pátria definitiva.

Paulo apresentou essa mesma verdade em Filipenses 3:20: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Se a nossa verdadeira pátria é celestial, então a vida presente deve ser vivida em contraste com os valores mundanos.

O teólogo John Piper observa que “a santidade não é apenas dizer não ao pecado, mas é dizer sim a uma alegria muito maior em Deus”. Isso significa que a abstenção das paixões carnais não é um vazio, mas uma substituição: você renuncia a prazeres temporários para abraçar a alegria eterna em Cristo.

Como peregrino, você está em trânsito. Não construa sua esperança nos bens, nas honras ou nos prazeres passageiros. A sua pátria está nos céus, e cada passo nesta terra deve refletir essa identidade. Viver como estrangeiro aqui é recusar a conformidade com este mundo e, ao mesmo tempo, antecipar, com alegria, o lar definitivo preparado pelo Senhor.

Portanto, viva de modo que sua vida testemunhe que você pertence a outro reino. Sua caminhada como peregrino só faz sentido porque, em Jesus, você já tem uma pátria segura e eterna. Nele, sua alma encontra direção, pureza e esperança firme até o fim da jornada.