A narrativa do nascimento de Cristo é muito especial, mas choca os leitores judeus do primeiro século. O choque começa quando o anjo Gabriel ignora a Judéia — o coração da obra de Deus ao longo dos séculos — e chega à Galileia, ao norte, uma terra desprezada pelos judeus naquela época. Ainda mais, Gabriel não apenas troca a Judeia pela Galileia, mas troca a imponente cidade de Jerusalém por Nazaré; uma vila em “lugar algum”. Nazaré nunca fora mencionada no Antigo Testamento, nem nos escritos rabínicos e nem nos escritos do famoso historiador Josefo.
Gabriel não só omite a Judeia e Jerusalém, mas ele ignora o templo — o lugar mais sagrado de Israel — simplesmente para entrar num humilde lar de uma camponesa chamada Maria. Ela era jovem demais e sem importância. Provavelmente era analfabeta, conhecendo as Escrituras pelo que havia memorizado em casa ou ouvido na sinagoga local.
A bela narrativa do Natal choca a todos pelo fato de que a maior de todas as notícias chega através daquilo que é pequeno, desprezado e humilde. Maria mesmo exclama em Lucas 1.46-48: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque ele atentou para a humildade da sua serva…”
Nove meses depois, no dia de Natal, foi para os rejeitados, pobres e humildes pastores que os anjos cantaram: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2.14).
Hoje, depois de mais de dois mil anos, o nascimento do Senhor Jesus continua ainda a chocar, pois Ele volta a nascer nos corações, vivificando e transformando vidas, nunca nos corações orgulhosos ou autossuficientes, mas no coração de todos aqueles que reconhecem humildemente diante dEle sua miséria, pobreza e fraqueza espiritual.
A pergunta é: que tipo de coração é o seu nesse Natal?
Tenha um bom dia e um feliz Natal para você e toda a sua família!
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